Contexto histórico

Colaboração para Folha Online

A vida não era nada fácil para os negros americanos no início do século 20, quando nasceu Louis Armstrong. Organizações secretas como a Klu-Klux-Klan faziam dos linchamentos um método de ação.

Negros não podiam freqüentar os mesmos lugares que os brancos, e, em alguns Estados, até o direito ao voto lhes foi subtraído. Por tudo isso, o historiador John Hope Franklin considerou que a vida dos negros do sul, no início do século 20, era pior que nos tempos da escravidão.

Durante o movimento pelos direitos civis, nos anos 50 e 60, dezenas de músicos como Quincy Jones, Ray Charles e James Brown apoiaram a causa. Essa era também a época da Guerra Fria, e a Casa Branca tirava proveito do prestígio de Armstrong patrocinando turnês propagandísticas pelo mundo, nas quais ele era apresentado como "embaixador da boa vontade" (americana).

Até que ele viu, na televisão, crianças negras sendo agredidas pela polícia. Revoltado, cancelou a turnê seguinte (para a União Soviética) e deu um "conselho" ao governo: "Vá para o inferno!".