Contexto histórico

Colaboração para Folha Online

Nos anos 50, o movimento negro pelos direitos civis chacoalhava a América. Astros do jazz como Dizzy Gillespie e Miles Davis já não eram vistos com desprezo pelos brancos. Gostavam de se vestir bem e exibir um ar intelectual, manifestando uma dignidade até então vedada aos negros.

Eles e outros como Charlie Parker tinham revolucionado o jazz com o bebop. Mas, apesar do entusiasmo de parte do público, o bop era considerado muito difícil para os não iniciados, com solos vertiginosos, harmonias complexas e ritmos pouco apropriados para a dança, como na anterior era do swing.

Os Jazz Messengers de Art Blakey (inicialmente co-liderados pelo pianista Horace Silver) construíram a ponte que faltava entre boppers e público, criando um novo estilo, o hard bop, com maior ênfase no ritmo e no blues.

A pulsação poderosa de Blakey e a exposição dos temas em uníssono pelos metais (geralmente sax e trompete, às vezes também trombone) tornavam a música mais acessível, sem reprimir a liberdade criativa dos solistas.

Depois de atropelado pelo jazz-rock fusion nos anos 70, o hard bop foi "redescoberto" nos anos 80 e se tornou o estilo mais influente no jazz.