Contexto histórico

Colaboração para Folha Online

Até os anos 40, e principalmente durante a Era do Swing, o jazz era visto apenas como diversão, uma música alegre e descompromissada, feita para dançar. Os boppers almejavam mais que isso, queriam fazer do jazz uma forma de arte.

Os instrumentistas se empenhavam em expandir e tornar mais complexa a linguagem do gênero. Desenvolveram novas progressões harmônicas, dissonâncias, fraseados longos e tão rápidos que desafiavam a habilidade técnica dos executantes.

Ao explicar os avanços do bebop, o crítico Leonard Feather fez uma interessante analogia com a linguagem: "É como se alguém com um vocabulário de apenas algumas centenas de palavras e que só formulasse frases curtas adquirisse a faculdade de empregar milhares de palavras e de articulá-las em frases mais longas e complexas".

Coerentes com essa visão mais acadêmica do jazz, quase como uma ciência a ser pesquisada e desenvolvida, os músicos faziam questão de exibir um ar intelectual. Dizzy Gillespie vestia-se bem e usava óculos de aros redondos que lhe davam a aparência de um professor.